Resumo

OBJETIVO: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) está associada com diversos problemas de saúde mental, incluindo a ansiedade. No entanto, a direção causal dessa relação ainda não foi bem estabelecida. É muito difícil diferenciar se os trantornos de ansiedade das mulheres com SOP são consequentes à ação dos esteróides aumentados, sendo assim processos reacionais aos sintomas da doença, ou se, ao contrário, representam um fator predisponente ao desenvolvimento dessa síndrome. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi investigar a interrelação entre ansiedade e Síndrome dos Ovários Policísticos em modelos animais. MÉTODOS E RESULTADOS: Foram utilizadas 24 ratas Wistar adultas, com ciclo estral regular. Inicialmente, elas foram submetidas a um teste de ansiedade - Paradigma da Exploração Livre (PEL), onde foi avaliado o parâmetro Porcentagem de Tempo no Ambiente Novo (%TAN). Após um intervalo de três a sete dias, os animais foram alocados em dois grupos de tratamento: valerato de estradiol (2mg/animal – VE; n=12) e veículo (CTRL; n=12). Passados dois meses, tempo necessário para a formação dos cistos ovarianos, todos os animais foram novamente submetidos ao PEL. Os dados foram analisados por ANOVA de duas vias (Fator 1 = tratamento; Fator 2 = tempo). Os resultados mostraram não haver diferenças significativas entre os grupos de tratamento ou entre as duas ocasiões de avaliação do PEL (média ± dp: PEL1: VE= 48,11 ± 26,30, CTRL= 52,10 ± 28,76; PEL2: VE= 46,26 ± 29,57, CTRL= 46,12 ± 25,87). CONCLUSÃO: Os resultados obtidos no presente estudo sugerem que os níveis de ansiedade de ratas não sofrem alterações relacionadas à formação de ovários policísticos.