SBNeC 2010
Resumo:C.085


Poster (Painel)
C.085Avaliação teórico-clínica de pacientes com epilepsia através da sensibilidade ao contraste visual
Autores:Dannielle Angeles de Almeida Gouveia (LPNEC - Laboratório de Percepção Neurociências e Comportamento) ; Sandra Helena Ramalho Mousinho (LPNEC - Laboratório de Percepção Neurociências e Comportamento) ; Aline Mendes Lacerda (IP - USP - Programa de Pós graduação em Neurociências e ComportamentoLPNEC - Laboratório de Percepção Neurociências e Comportamento) ; Liana Chaves Mendes (LABVIS - Laboratório de Percepção VisualPPNCC - Pós-graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do ComportamentLPNEC - Laboratório de Percepção Neurociências e Comportamento) ; Natanael Antonio dos Santos (LPNEC - Laboratório de Percepção Neurociências e Comportamento)

Resumo

A epilepsia é caracterizada por intensas e transitórias descargas neurais incontroláveis e recorrentes, que podem ser causadas por uma grande variedade de fatores. O presente estudo teve como objetivo avaliar possíveis alterações da função de sensibilidade ao contraste (FSC) visual de pacientes com epilepsia. Visto que a FSC é uma das principais ferramentas na avaliação da percepção visual e pode contribuir para investigações cognitivas básicas decorrentes de transtornos mentais. Participaram desta pesquisa 16 adultos entre 21 e 50 anos de idade, de ambos os sexos, sendo oito adultos sem epilepsia (grupo controle – GC) e oito com o diagnóstico de epilepsia com crises tônico-clônicas (grupo epilepsia – GE), fazendo uso de anticonvulsivantes, por no mínimo 5 anos. Esses anticonvulsivantes (carbamazepina, oxicarbamazepina e fenobarbital) possuem mecanismos de ação e efeitos colaterais semelhantes. Todos os participantes apresentavam acuidade visual normal ou corrigida. A FSC foi avaliada para as frequências espaciais verticais de 0,25; 2 e 8 ciclos por grau de ângulo visual (cpg). Os estímulos utilizados eram acromáticos, estáticos, circulares, com diâmetro de aproximadamente 7 graus de ângulo visual a uma distância de 150 cm. Foi utilizado um monitor de vídeo LG de 19 polegadas, colorido, com a luminância média da tela de 42 cd/m2, digital com resolução de 1024 x 768 pixels conectado a um BITS ++ e a um microcomputador através de uma placa de vídeo com entrada VGA e DVI. As medidas foram realizadas através do método psicofísico da escolha forçada com apresentação temporal. Os estímulos foram exibidos em pares sucessivos, um com a frequência testada e o outro era um círculo cinza com luminância homogênea. Os participantes foram orientados a pressionar o botão do lado esquerdo do mouse, quando o estímulo teste fosse apresentado primeiro, e o botão do lado direito, quando fosse apresentado depois do estímulo com luminância homogênea. As curvas de sensibilidade ao contraste dos dois grupos são consistentes uma vez que apresentam perfis gerais semelhantes. A análise de variância para medidas repetidas (ANOVA) mostrou diferença significante entre os grupos (F 1,190 = 18,02; p < 0,01). O teste post hoc Tukey HSD revelou diferença significante apenas na frequência de 8 cpg (p < 0,01). Os resultados sugerem possíveis alterações na sensibilidade ao contraste de adultos com epilepsia. Os adultos sem a patologia perceberam melhor a frequência espacial mais alta (8 cpg) do que os adultos com epilepsia. Nestes termos, não se pode afirmar ainda que o prejuízo encontrado na percepção visual de contraste seja fruto apenas de alterações produzidas pela epilepsia. Deve-se levar em consideração outros fatores que podem alterar a FSC, como por exemplo, os fármacos anticonvulsivantes. Agência de Fomento: CNPQ, CAPES.


Palavras-chave:  Epilepsia, Sensibilidade ao contraste, Método psicofísico da escolha forçada