SBNeC 2010
Resumo:F.149


Poster (Painel)
F.149EFEITOS DE LONGA-DURAÇÃO SOBRE A RESPOSTA DE MEDO CONDICIONADO E PARÂMETROS DE ESTRESSE OXIDATIVO EM RATOS SEPARADOS DA MÃE NO PERÍODO NEONATAL.
Autores:Marina de Lima Marcolin (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Luisa Amália Diehl (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Cristie Noschang (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Rachel Krolow Santos Silva (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Daniela Pereira Laureano (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Danusa Mar Arcego (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Leonardo Machado Crema (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Eduardo Von Poser Toigo (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; André de Noronha Dantas Benitz (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Ana Paula Soares Huffell (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carla Dalmaz (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Introdução: as duas primeiras semanas de vida são um período fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso em ratos. A separação materna é considerada um dos estressores naturais mais potentes aos quais os filhotes podem ser expostos, podendo modificar permanentemente a função nervosa e os padrões comportamentais em ratos. Uma forma de estudar o impacto causado por eventos estressores precoces envolve a manipulação do ambiente durante o desenvolvimento pós-natal, seguida por uma avaliação de mudanças comportamentais e bioquímicas induzidas na fase adulta. Objetivo: verificar se a separação materna pode alterar comportamentos relacionados à memória e ao medo quando os animais forem expostos a tarefa de medo condicionado e analisar parâmetros bioquímicos relacionados ao estresse oxidativo. Materiais e Métodos: ratas Wistar prenhes randomicamente selecionadas. Dentro de 24h após o nascimento, as ninhadas foram padronizadas em 8 filhotes e divididas em grupos com ou sem separação materna. Separação Materna (SM): os filhotes eram colocados diariamente em uma incubadora a 34°C. Após 3h, eram recolocados junto a suas mães. Esse procedimento foi realizado nos dias 1 a 10 de vida. Os animais controles (C) foram mantidos junto a suas mães sem qualquer intervenção durante esse mesmo período. Aos 21 dias, eram realizados o desmame e a sexagem, e foram utilizados somente ratos machos. Aos 60 dias de vida, foi realizada a tarefa comportamental de Medo Condicionado ao Contexto, composta de quatro etapas. Dia 1: o animal era colocado numa caixa de esquiva (sem a plataforma) e recebia três choques de 0,5 mA nas patas. Após a aplicação desse evento aversivo, o rato era submetido a outras três exposições a essa caixa, mas sem receber os choques. Dia 2 (dia seguinte a exposição ao choque): o rato era colocado na esquiva e o tempo de imobilidade era medido durante 20 minutos. Dia 3: o rato era colocado na esquiva e o tempo de imobilidade era medido durante 5 minutos; e Dia 11: idêntico ao Dia 3. Após essa tarefa, os animais foram sacrificados, o encéfalo dissecado e a amígdala e o hipotálamo retirados para análise da atividade das enzimas antioxidante Catalase (CAT), Glutationa Peroxidase (GPx) e Superóxido Dismutase (SOD). Resultados: Medo Condicionado ao Contexto: foi observado um efeito significativo da separação materna causando um aumento do tempo de imobilidade nas três re-exposições ao contexto aversivo. Dia 2: F (1,14) = 38,77 p<0,001; Dia 3: F (1,14) = 9,3 p<0,05; Dia 11: F (1,14) = 18,4 p<0,001; Atividade das Enzimas Antioxidantes: não houve diferença significativa na atividade das enzimas antioxidantes CAT, GPx e SOD na amígdala (p>0,05), mas houve diferença na atividade da CAT no hipotálamo. Médias: SM=3997,4 e C=2164,2; p<0,05. Conclusão: a Separação Materna causa alteração no desempenho de tarefas que avaliam memórias com conteúdo emocional, sugerindo um aumento no comportamentos do tipo ansioso. No entanto, essa alteração na tarefa de medo condicionado não parece ter relação quanto a um desbalanço oxidativo e provavelmente outros fatores possam estar modulando esse comportamento. Nesse sentido, conclui-se que experiências estressantes, mesmo quando acontecem no início da vida, podem modular a capacidade cognitiva e que esses efeitos podem perdurar ao longo da vida.


Palavras-chave:  Enzimas Antioxidantes, Medo Condicionado ao Contexto, Memória, Separação Materna