SBNeC 2010
Resumo:F.067


Poster (Painel)
F.067Efeitos da manutenção em ambiente enriquecido,privação de comida e da re-exposição na preferência claro/escuro do peixe Carassius auratus (Kinguio)
Autores:Thiago Marques de Brito (FFCLRP-USP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto) ; Caio Maximino (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Amauri Gouveia Junior (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Rafael Barreiro Colmanetti (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Silvio Morato (FFCLRP-USP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto)

Resumo

Objetivos: Avaliar os efeitos da manutenção em ambiente enriquecido, privação de comida e da re-exposição na preferência claro/escuro do peixe Carassius auratus, popularmente conhecido como Kinguio ou peixe-dourado. Método: Quatro grupos de 10 kinguios (Carassius auratus) foram estudados: animais controle, re-exposostos ao teste, mantidos em aquário enriquecido e privados de comido por 48 horas. Teste de Preferência claro/escuro: Realizado em um aquário (15 x 10 x 45 cm) com dois compartimentos, um claro e outro escuro, com uma área central (5 cm) delimitada por 2 portas corrediças. Após 5 minutos de habituação nessa área, as portas eram removidas, permitindo ao peixe explorar o ambiente por 15 minutos. Registraram-se o tempo gasto em cada compartimento, o número de cruzamentos e a latência da primeira entrada em um dos lados. Exposições repetidas ao aparato: Por 5 dias seguidos, os animais foram expostos ao teste de preferência claro/escuro. Ambiente enriquecido: Os peixes foram colocados em um aquário enriquecido (plantas aquáticas, esconderijo e substrato de carvão ativado) e aí permaneceram por 20 dias, sendo submetidos em seguida ao teste de preferência claro/escuro. Privação de comida: Os peixes foram privados de comida nas 48 horas prévias ao teste de preferência claro/escuro. Análise Estatística: Anova de uma via para medidas repetidas e os testes t de Student e de Mann-Whitney, com P<0,05. Resultados: Os resultados demonstram que, ao longo das 5 re-exposições, o tempo gasto nos lados claro (média: 253,88 s) e escuro (média: 640,84 s) não se alterou assim como as latências da primeira entrada no claro (média: 0,28 s) e escuro (médias: 4,98 s). Ainda, o número de cruzamentos aumentou (F[4,36]=3,840,P=0,011) da primeira à última sessão, o 5º significativamente maior que o 1º (36,8 s x 11,7 s). Em comparação com os controles, os animais submetidos ao aquário enriquecido gastaram mais tempo (médias) no lado claro (406,6 x 203,7 s), menos no lado escuro (492,0 x 693,8 s) e cruzaram mais (27,6 x 11,7). Os animais controle passaram mais tempo no lado escuro que no claro (693,8 x 203,7 s) enquanto os privados não apresentaram diferença significativa (533,9 x 363,9 s). A latência da primeira entrada foi maior no lado escuro que no claro para os controles (2,2 x 0,3 s) mas não diferiu para os privados (1,7 x 0,5 s),assim como o número de cruzamentos (11,7 x 15,5). Conclusão: A preferência pelo lado escuro não se modificou em função da re-exposição nem da privação de comida. Já o enriquecimento do aquário diminuiu a aversão pelo lado claro, talvez porque as condições usuais já sejam em si estressantes. Tanto a re-exposição quanto o enriquecimento do aquário fizeram aumentar a freqüência de cruzamentos, o que não aconteceu na privação de comida.


Palavras-chave:  preferencia claro/escuro, Carassius auratus, ambiente enriquecido, privação de comida, re-exposição