SBNeC 2010
Resumo:C.057


Poster (Painel)
C.057CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A SOLVENTES ORGÂNICOS E DESEMPENHO PSICOFÍSICO DE FRENTISTAS
Autores:Eliza Maria da Costa Brito Lacerda (UFPA - Universidade Federal do Pará/Instituto de C. Biológicas) ; Mônica Gomes Lima (UFPA - Universidade Federal do Pará/Instituto de C. Biológicas) ; Givago da Silva Souza (UFPA - Universidade Federal do Pará/Instituto de C. BiológicasUFPA - Universidade Federal do Pará/Núcleo de Medicina Tropical) ; Anderson Raiol Rodrigues (UFPA - Universidade Federal do Pará/Núcleo de Medicina Tropical) ; Cláudio Eduardo C. Teixeira (UFPA - Universidade Federal do Pará/Instituto de C. Biológicas) ; Lauro José Barata de Lima (UFPA - Universidade Federal do Pará/Núcleo de Medicina Tropical) ; Dora Fix Ventura (USP - Universidade de São Paulo/Instituto de Psicologia) ; Luiz Carlos de Lima Silveira (UFPA - Universidade Federal do Pará/Instituto de C. BiológicasUFPA - Universidade Federal do Pará/Núcleo de Medicina Tropical)

Resumo

Objetivos. Correlacionar tempo de exposição ocupacional a solventes orgânicos e desempenho de frentistas em testes psicofísicos de avaliação visual cromática e acromática. Material e métodos. Foram testados 26 frentistas. Os resultados dos testes psicofísicos foram comparados com intervalo de tolerância e intervalo de confiança para o grupo controle. Foi usado teste t para comparação entre médias. Aplicou-se o modelo de Michaelis-Menten para avaliar o comportamento da amostra e a partir dessa avaliação dividiu-se o grupo de frentistas segundo tempo de exposição em dois subgrupos: expostos até 22 meses e expostos acima de 22 meses. Essa subdivisão foi usada para obtenção do coeficiente de correlação linear. Resultados. Teste FM100 (n=25): 19 frentistas apresentaram valores de erro fora do intervalo de tolerância, a média do grupo de frentistas ficou fora do intervalo de confiança e apresentou diferença estatística com o grupo controle (p<0,0001). Houve correlação entre tempo de exposição e desempenho no teste para o subgrupo de frentistas exposto há mais de 22 meses a solventes orgânicos (n=16) (p=0,0035; r=0,68). Teste de Mollon Reffin (n=15) (parâmetro analisado: diâmetro do círculo de área igual à elipse de discriminação de cores): 3 frentistas apresentaram pelo menos uma das elipses com tamanho fora do intervalo de tolerância. A média do tamanho da elipse do grupo exposto estava dentro do intervalo de confiança do grupo controle e para as elipses 1, 3 e 4 existe diferença estatística com relação aos valores do grupo controle segundo teste t. Não houve correlação entre tempo de exposição e desempenho no teste para nenhum dos dois subgrupos de frentistas. Sensibilidade ao Contraste Espacial (n=25): em 13 frentistas a sensibilidade ao contraste estava fora do intervalo de tolerância do grupo controle em pelo menos uma das freqüências espaciais. Nas freqüências extremas, as médias de sensibilidade do grupo de frentistas ficaram fora do intervalo de confiança do grupo controle e apresentaram diferença estatística em 20 (p=0,0004) e 30 cpg (p<0,0001). Houve correlação entre tempo de exposição e desempenho no teste para o subgrupo de frentistas exposto há menos de 22 meses a solventes orgânicos (n=9) para as frequências de 4 (p=0,0423; r=0,68), 6 (p=0,0125; r=0,78) e 10 cpg (p=0,0465; r=0,67). Perimetria estática limiar (n=20): 6 frentistas apresentaram sensibilidade acromática fora do intervalo de tolerância do grupo controle. A média de sensibilidade no campo visual do grupo de frentistas ficou fora do intervalo de confiança do grupo controle e houve diferença estatística nos anéis de 100 a 200 de ângulo visual (p=0,0259) e de 200 a 300 de ângulo visual (p=0,0113). Não houve correlação entre tempo de exposição e desempenho no teste para nenhum dos dois subgrupos. Conclusão. Os frentistas apresentaram perda visual cromática e acromática, o FM foi o teste mais sensível para avaliar visão de cor neste trabalho e revelou piora na sensibilidade cromática para tempos de exposição superiores a 22 meses. A sensibilidade ao contraste espacial luminância apresentou piora gradativa até os 22 meses de exposição; a partir desse período o tempo de exposição não interferiu na sensibilidade espacial de luminância. As alterações de campo visual possivelmente se reportam a agressões anteriores a um mês de exposição pois não sofreram piora com tempo.


Palavras-chave:  Correlação, Psicofísica visual, Solventes orgânicos, Visão acromática, Visão cromática