SBNeC 2010
Resumo:J.119


Poster (Painel)
J.119Imobilidade tônica em estudantes universitários
Autores:Liana Portugal (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Rita de Cássia Soares Alves (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Gisella Tavares (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Isabela Lobo (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Vanessa Rocha-rego (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Mauro Mendlowicz (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Ivan Figueira (IPUB-UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Eliane Volchan (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Mirtes Garcia Pereira Fortes (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Leticia de Oliveira (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Objetivo: A imobilidade tônica, último recurso defensivo ao ataque de predadores, foi descrita em pacientes com transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). De fato, trabalhos prévios do nosso grupo evidenciaram a associação desta resposta com a gravidade dos sintomas de TEPT em uma amostra grave, com co-morbidades e uso de medicação. No presente estudo investigamos esta reação em uma amostra menos grave: estudantes universitários que passaram por situação traumática envolvendo risco de vida. Material e Métodos: Foram analisados 198 estudantes (158 mulheres, 20 ± 2,9 anos) através de questionários auto-avaliativos. Todos preencheram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado pela Instituição. Quatro questões (com likert de 1 a 6) aferiram o grau de imobilização peritraumática. A característica: “rígida” ou “flácida” da imobilização foi também avaliada. Os sintomas de TEPT foram quantificados através de escala padronizada. Teste de Fisher e modelo de regressão linear múltipla foram empregados. Resultados: Dos 198 estudantes, 10% apresentaram uma pontuação compatível com o diagnóstico de TEPT e apenas 8% relataram fazer uso de medicamentos que atuem no sistema nervoso central e/ou terem diagnóstico de transtornos psiquiátricos. Os traumas vivenciados foram agrupados em: morte (32%), crime violento (25%), causa médica (23%), acidente automobilístico (9%), ferimentos (3%), violência doméstica (2%), abuso infantil (2%), desastre natural (1%) e outros (1%). A imobilidade rígida foi mais frequente entre as vítimas de crime violento em relação a trauma relativo à morte de ente querido; enquanto a imobilidade flácida apresentou o padrão inverso, sendo mais freqüente em trauma de morte de ente querido (Teste Fisher, p=0.0225). Os escores nas questões de imobilidade tônica peritraumática mostraram-se significativamente associados à gravidade de sintomas de transtorno do estresse pós-traumático, mesmo quando controlados para potenciais confundidores: afeto negativo, pânico e dissociação peritraumáticos, gênero, tipo de trauma e, e tempo decorrido desde o trauma (β=.29, p=.017). Conclusão: Esses resultados sugerem que a imobilidade tônica é um importante preditor de gravidade para os sintomas de TEPT mesmo em uma amostra menos grave, com menor morbidades e com menor uso de medicamentos. Esses dados apontam para a importância da investigação da imobilidade tônica em humanos. Apoio Financeiro:CNPq,CAPES,Faperj,IBNet/FINEP


Palavras-chave:  estudantes universitários, imobilidade tônica, transtorno de estresse pós-traumático