SBNeC 2010
Resumo:F.088


Poster (Painel)
F.088O USO DE UM QUESTIONÁRIO DE ALIMENTAÇÃO PARA O ESTUDO DE ATITUDES, CRENÇAS E PRÁTICAS DOS PAIS EM RELAÇÃO À ALIMENTAÇÃO E PROPENSÃO À OBESIDADE
Autores:Telma Maria Braga Costa (UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto) ; Isadora Silva Miranda da Cruz (FFCLRP/USP - Universidade de São Paulo) ; Luciana Lorenzato (FFCLRP/USP - Universidade de São Paulo) ; Sebastião de Sousa Almeida (FFCLRP/USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Objetivo: Este estudo objetivou testar a fidedignidade da versão adaptada para o Brasil do Questionário de Alimentação da Criança (QAC) e investigar as atitudes, crenças e práticas das mães em relação à alimentação e propensão à obesidade em crianças de 2 a 11 anos. Método: Para atingir os objetivos, o Child Feeding Questionnaire (CFQ) originalmente em inglês, foi traduzido e adaptado para o Brasil, mantendo suas características originais, sendo então denominado Questionário de Alimentação da Criança (QAC). Esse questionário avalia as crenças, atitudes e práticas dos pais em relação à alimentação da criança e a relação destes fatores com a tendência a obesidade infantil. Ele é composto de 31 questões e testa sete modelos de fatores, os quais incluem quatro fatores que medem o relato das crenças dos pais em relação à alimentação das crianças com tendência à obesidade e três fatores que medem as práticas de controle e atitudes dos pais sobre a alimentação da criança. Após a avaliação da fidedignidade teste e re-teste do QAC em uma amostra com 12 mães e seus respectivos filhos de ambos os sexos e faixa etária entre 2 a 11 anos, utilizou-se este instrumento em um estudo com 120 mães e seus respectivos filhos na mesma faixa etária, para avaliar percepções e conceitos por parte dos pais sobre a obesidade infantil, bem como atitudes e práticas de alimentação na infância. Resultados: O QAC apresentou uma correlação significativa e positiva entre o teste e o re-teste (r = 0,66, p≤ 0,01), indicando que o instrumento é fidedigno. Além disso, os resultados demonstram que a pontuação média para o fator Percepção de Responsabilidade foi de 4,02 pontos, o que indica que as mães consideram-se, na maior parte do tempo, responsáveis pela alimentação de seus filhos. Para o fator Percepção do Peso dos Pais, estas relatam terem peso normal desde a infância até o presente, sendo que a pontuação média para este fator foi de 3,06 pontos. Para o fator Percepção do Peso da Criança, as mães também afirmam que os filhos sempre tiveram peso normal desde a infância, sendo que a pontuação média para este fator foi de 3,05 pontos. Para o fator Preocupação com o Peso da Criança a pontuação média foi de 2,44 pontos, o que indica que as mães consideram-se um pouco preocupadas. O fator Restrição apresentou uma pontuação média de 3,01 pontos, mostrando que as mães consideram-se neutras em relação à prática de restringir determinados tipos de alimentos. O fator Pressão para Comer apresentou uma pontuação média de 2,47 pontos, indicando que as mães consideram-se neutras em relação à pressão para que sua criança coma determinada quantidade ou tipo de comida. No fator Monitoramento a pontuação média foi de 3,56 pontos, indicando que as mães relatam que, às vezes, devem monitorar o que sua criança come. Conclusão: O QAC mostrou-se, portanto, útil para o estudo das atitudes, crenças e práticas das mães em relação à alimentação e propensão à obesidade de seus filhos.


Palavras-chave:  Crenças, Crianças, Pais, Práticas Alimentares, Obesidade