SBNeC 2010
Resumo:C.071


Poster (Painel)
C.071Desenvolvimento e envelhecimento humano: estimativa da sensibilidade ao contraste visual para grades verticais
Autores:Maria José Nunes Gadelha (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Cibele Siebra Soares (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Michael Jackson Oliveira Andrade (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Dannielle Angeles de Almeida Gouveia (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Olívia Dayse Leite Ferreira (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Natanael Antonio dos Santos (UFPB - Universidade Federal da Paraíba)

Resumo

O percurso da vida humana é marcado por mudanças neurais, biológicas e físicas. As alterações ocorridas no sistema visual desde o nascimento até idades posteriores são responsáveis pelos aspectos comportamentais e neurais específicos de cada fase. Uma ferramenta bastante utilizada para avaliar o sistema visual é a função de sensibilidade ao contraste (FSC), o inverso do limiar de contraste (1/FSC). O objetivo deste trabalho foi mensurar a FSC de crianças, adolescentes, adultos e idosos, a fim de investigar as alterações comportamentais provocadas no sistema visual pelos processos de desenvolvimento e envelhecimento. Participaram desta pesquisa 32 voluntários com idades entre 6 e 65 anos (18 homens e 14 mulheres), distribuídos em seis grupos (G), de acordo com a faixa etária: G1 (6-12 anos, n = 5); G2 (13-17 anos, n = 8); G3 (20-29 anos, n = 8); G4 (30-40 anos, n = 4); G5 (50-59 anos, n = 3) e G6 (60-67 anos, n = 4). Todos os participantes apresentavam acuidade visual normal ou corrigida. Para mensurar a sensibilidade ao contraste, utilizou-se o método psicofísico da escolha forçada entre duas alternativas temporais, para estímulos de grades verticais, estáticas e acromáticas com frequências de 0,25; 1; 2 e 8 ciclos por grau de ângulo visual (cpg). Os estímulos foram apresentados em um monitor de vídeo colorido LG/CRT (Cathodic Ray Tube), com tela plana de 19 polegadas, conectado ao hardware Bits++ (Cambridge Research Systems). O ambiente experimental apresentava dimensões de 2,5 por 2 metros, e era iluminado por uma lâmpada florescente Philips de 20W. O procedimento consistiu na apresentação dos estímulos a 150 cm da tela do monitor, no qual o participante tinha que escolher, entre dois estímulos – estímulo neutro e estímulo teste – qual continha a frequência. As sessões experimentais tinham duração de aproximadamente 5 a 10 minutos e cada frequência espacial foi medida duas vezes, aleatoriamente, em dias diferentes. Para a estimativa da sensibilidade ao contraste, foram utilizados os valores da grande média dos limiares de contraste. As análises dos resultados realizadas com a ANOVA one way mostraram um efeito principal entre idade e frequência espacial com [F (20; 1165) = 18,32; p < 0,001]. Para as análises realizadas com o teste post-hoc Unequal N HSD é importante destacar as diferenças significantes entre a FSC do G1 e do G2 em todas as frequências testadas (p < 0,001 para 0,25 cpg; p < 0,001 para 1 cpg; p < 0,05 para 2 cpg e p < 0,001 para 8 cpg); entre a FSC do G2 e G3, em todas as frequências testadas (p < 0,001 para 0,25 cpg; p < 0,05 para 1 cpg; p < 0,05 para 2 cpg e p < 0,05 para 8 cpg) e entre a FSC do G3 e G6, nas frequências de 1 (p < 0,001), 2 (p < 0,001) e 8 cpg (p < 0,001). No geral, os resultados mostraram que a sensibilidade ao contraste para as frequências baixas atinge seu pico no início da fase adulta (G3), sofrendo perdas significantes apenas a partir dos 60 anos (G6). Por outro lado, a sensibilidade ao contraste para as frequências altas atinge seu pico na adolescência (G2), com alterações no início da idade adulta (G3) e perdas significantes a partir dos 50 anos (G5).


Palavras-chave:  Desenvolvimento, Envelhecimento, Função de sensibilidade ao contraste, Método psicofísico, Grades verticais