Resumo

O tectum e o tegmentum dorsal constituem os principais centros de resposta de atenção rápidas e estímulos ambientais. No colículo superior são gerados mapas espaciais donde convergem projeções visuais desde a retina e auditivas desde o colículo inferior e a susbtância cinzenta periaquedutal possui um papel importante na elaboração de respostas agressivas e defensivas. O núcleo incertus contém uma alta densidade de receptores CRH-R1 e poderia dispersar a resposta de stress sobre os centros do tectum e tegmentum que desenvolvem as respostas agressivas e defensivas assim como as de atenção e orientação. O objetivo foi conhecer o padrão de distribuição de fibras relaxina3 no pretectum,colículo superior,colículo inferior,substância cinzenta periaquedutal e núcleo cuneiforme e através de microscopia confoncal observar a co-localizaçao de fibras relaxina3 positivas e marcadores sinapticos. Foram utilizadas 10 ratos Sprange-Dawley adultos. Após anestesia, os animais foram perfundidos com paraformaldeído (PFA) a 4%,tiveram os cérebros extraídos e conservados no fixador por 24h, quando então foram transferidos para uma solução crioprotetora de PBS sacarose a 30%. Dos cérebros foram obtidas 6 séries de cortes de 40µm. Os cortes foram processados com dupla marcação imunocitoquímica frente a relaxina3 (DAB-niquel)e frente a outros marcadores como óxido nítrico sintetase (NOS),tirosina hidroxilase,calbindina ou calretenina (DAB). Os cortes foram desenhados em câmara clara com aumento de 200x. Também foi realizado um estudo de microscopia confocal onde se observou a co-localizaçao de fibras relaxina3 e marcadores sinápticos. Esse estudo foi realizado com anticorpos secundários marcados com DyLight 488 para o anticorpo primário frente a relaxina3 de coelho e uma anticorpo secundário marcado com Texas-red frente a um anticorpo primário antisinaptofisina de camundongo. Os experimentos foram realizados na Universidade de Valencia,Espanha. Todo procedimento foi realizado de acordo com as diretrizes espanholas (BOE67/8509-12,1998) e as normas da União Européia (86/609/EU) para uso de animais de laboratório. Observou-se que no pretectum existiam fibras relaxina3 positivas nas regiões mediais que compreendem a área pré-tectal medial e o núcleo pré-tectal olivar. A área pré-tectal anterior estava livre de marcação. No colículo superior as fibras marcadas se concentravam na camada cinzenta intermediaria na metade medial coincidindo praticamente com as regiões de alta densidade de células NOS positivas. No colículo inferior se observaram fibras na camada I do córtex externo e do núcleo dorsal. Esta marcação se estendia até o núcleo cuneiforme e o núcleo parabigeminal. Na substância cinzenta periaquedutal,as fibras marcadas se concentravam na coluna dorsolateral que também contém neurônios NOS positivos. Em níveis mais caudais se observaram plexos de fibras nos núcleos dorsal e pontino da rafe. Na microscopia confocal se observou que nestes centros, a marcação de fibras relaxina3 positivas co-localizava com algum marcador puntiforme correspondente a sinaptofisina. Concluí-se que o padrão de fibras relaxina3 positivas no tectum e no tegmentum é compatível com a hipótese de que relaxina3 pode mediar respostas de atenção e de agressão-defesa gerada no tectum e na substância cinzenta periaquedutal. Instituições de Fomento: FIS-ISCIII PI061816 España, CAPES processos Bex: 4494/09-1 e 4496/09-4,e Fundaçao de Amparo à Pesquisa e Inovação Tecnológica de Sergipe(FAPITEC)