SBNeC 2010
Resumo:F.034


Poster (Painel)
F.034Efeito da omissão de diferentes magnitudes de reforços em ratos com lesão do complexo basolatertal da amígdala
Autores:Danielle Marcilio Judice Daher (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; Tatiane Ferreira Tavares (FFCLRP - Universidade de São Paulo) ; José Lino Oliveira Bueno (FFCLRP - Universidade de São Paulo)

Resumo

A literatura tem sugerido que processos motivacionais e mnemônicos são subjacentes aos efeitos da omissão de reforço. Evidências recentes encontradas em estudos envolvendo aprendizagem de incentivo mostraram que o complexo basolateral da amígdala está envolvido na modulação de processamentos motivacionais e mnemônicos. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar se a lesão do complexo basolateral pode interferir no efeito da omissão de diferentes magnitudes de reforços. Foram utilizados 12 ratos Wistar adultos machos, experimentalmente ingênuos, pesando de 425 a 475 g no início do experimento. Um regime de privação de água manteve os animais com este peso (85% do peso estável) durante o experimento. A utilização destes ratos foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais do Campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Lesões bilaterais do complexo basolateral da amígdala (NMDA, 12,5 mg/ml) foram feitas após a aquisição de um desempenho estável durante o treino pré-lesão. Ratos foram treinados em dois esquemas sinalizados de intervalo-fixo 12s com limited-hold 6s (FI12s LH6s), nos quais a resposta correta sempre foi seguida da liberação de uma dentre duas magnitudes de reforços: 0,5ml ou 0,05ml de água. Após a recuperação pós-cirúrgica (grupo lesado, n=6; grupo controle-operado, n=6), houve a transição do esquema de reforçamento contínuo para o esquema de reforçamento parcial. Assim, nas sessões de teste o reforço apropriado não foi liberado, após a resposta correta, em metade das tentativas. Os dados foram analisados pela ANOVA, com a utilização do teste complementar Newman Keuls quando necessário, a fim de avaliar se houve: efeito de magnitude de reforço, efeito de período, e efeito de interação magnitude de reforço/período. Os resultados da fase de teste mostraram que a porcentagem média de resposta dos ratos do grupo controle-operado (efeito de período - F(7, 70) = 86,627; p ≤ 0,05), assim como a dos ratos do grupo lesado (efeito de período - F(7, 70) = 61,023; p ≤ 0,05), foi mais alta após a omissão do que após a apresentação do reforço, independente da magnitude do reforço. Porém, enquanto os ratos do grupo controle-operado apresentaram uma porcentagem média de resposta mais alta após a omissão do reforço de maior que de menor magnitude (efeito de magnitude de reforço - F(1,70) = 15,600; p ≤ 0,05; efeito de interação magnitude de reforço/período F(7,70) = 6,232; p ≤ 0,05), os ratos do grupo lesado não apresentaram nenhuma variação no desempenho (efeito de magnitude de reforço - F(1,70) = 3,517; p = 0,09; efeito de interação magnitude de reforço/período F(7,70) = 1,999; p = 0,067). Assim, a lesão do complexo basolateral não prejudicou o efeito de omissão do reforço per se, mas interferiu na exibição de um desempenho diferencial frente à omissão de duas magnitudes de reforços. Portanto, o efeito da omissão do reforço variou de acordo com a magnitude do reforço omitido somente nos ratos do grupo controle-operado.


Palavras-chave:  efeito de omissão do reforço, magnitude de reforço, complexo basolateral da amígdala, intervalo-fixo com limited hold, ratos