SBNeC 2010
Resumo:F.006


Prêmio
F.006EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO AGUDA DE DIAZEPAM NO REPERTÓRIO DE COMPORTAMENTOS DEFENSIVOS DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS AO TESTE DE EXPOSIÇÃO AO RATO (RET)
Autores:Kelciane Caetano Ferreira de Campos (FCFAR-UNESP - Universidade Estadual PaulistaPIPGCF - UFSCar/UNESP) ; Vanessa Cristiane Santana Amaral (FCFAR-UNESP - Universidade Estadual PaulistaPIPGCF - UFSCar/UNESPUNUCET-UEG - Universidade Estadual de Goiás) ; Ricardo Luiz Nunes de Souza (FCFAR-UNESP - Universidade Estadual Paulista)

Resumo

O RET é um novo modelo etológico de interação presa-predador entre camundongos (presa) e ratos (predador) que possibilita a expressão de diferentes comportamentos defensivos (ex., esquiva, congelamento, avaliação de risco) na presa. O aparato é constituído por uma caixa com dois compartimentos similares divididos por uma tela de arame, com um dos compartimentos (superfície) conectado via um túnel a uma caixa menor (toca) que serve de abrigo ao camundongo durante o teste. O RET destaca-se por eliciar marcante resposta de avaliação de risco na presa, sendo essa, uma das principais vantagens da sua utilização em relação a outros modelos animais de ansiedade. Resultados promissores de estudos com microinjeções centrais utilizando o RET como modelo de interação presa-predador têm sido descritos na literatura. A crescente utilização desse modelo nos últimos tem despertado o interesse do nosso laboratório pela sua validação etofarmacológica. Sendo assim, com o objetivo de contribuir com essa validação e fortalecer o uso do RET nos estudos sobre a neurobiologia da ansiedade/medo, o presente estudo avaliou os efeitos de três diferentes doses sistêmicas de diazepam (DZP), um agonista benzodiazepínico, nos comportamentos defensivos de camundongos submetidos ao teste de exposição ao rato. Metodologia: Um dia antes da sessão teste, camundongos Suíços-albinos machos (n= 10-11/grupo) foram habituados ao RET por 10 minutos, sem a presença do rato. No dia seguinte, os animais receberam injeção intraperitoneal de DZP (0; 0,5; 1,0 e 2,0 mg/kg) e, 20 minutos depois, foram expostos a um rato da linhagem Long Evans (predador) por 10 minutos no RET. Foram analisadas as medidas espaço-temporais [tempo (em segundos) gasto nos compartimentos toca, túnel e superfície] e comportamentos de avaliação de risco (stretched attend postures - SAP). Resultados: Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos no tempo de permanência na toca (Controle: 231,75 ± 44,17; DZP 0,5: 240,21 ± 31,64; DZP 1,0: 263,61 ± 37,76; DZP 2,0: 233,11 ± 51,95), túnel (Controle: 171,98 ± 41,10; DZP 0,5: 210,60 ± 30,68; DZP 1,0: 106,93 ± 21,45; DZP 2,0: 218,67 ± 51,77) e superfície (Controle: 196,27 ± 55,01; DZP 0,5: 149,19 ± 33,47; DZP 1,0: 229,46 ± 47,40; DZP 2,0: 148,22 ± 48,26). Em relação à frequência de SAP na superfície, foi observada uma diminuição significativa (p<0,05) no grupo DZP 1,0 (1,91 ± 0,71) quando comparado ao grupo controle (4,82 ± 0,94). Conclusão: Os resultados do presente estudo demonstram que o tratamento sistêmico com três doses de diazepam não foi capaz de promover alterações significativas nos principais comportamentos defensivos de camundongos expostos ao predador no RET. Esses resultados sugerem que o modelo possa não ser sensível a fármacos ansiolíticos utilizados no tratamento dos transtornos de ansiedade generalizada (TAG). No entanto, são necessárias maiores investigações para a análise da previsibilidade farmacológica do modelo a outros fármacos benzodiazepínicos como o clonazepam e o alprazolam, que são clinicamente úteis no tratamento do transtorno do pânico. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq


Palavras-chave:  teste de exposição ao rato, diazepam, comportamentos defensivos