Resumo

OBJETIVO: Investigar os efeitos da desnutrição protéica precoce no desempenho de ratos em treino de discriminações condicionais utilizando o procedimento de correção de tentativas. MÉTODO: Ninhadas de ratos Wistar, recebidas no dia do nascimento, foram divididas em 2 grupos nutricionais, um grupo mantido com dietas contendo 16% de proteína (grupo controle - C) e o outro mantido com dietas contendo 6% de proteína (grupo desnutrido - D). Os animais foram mantidos com as dietas experimentais até o 35o dia de vida, quando passaram a receber dieta comercial, dando início à recuperação nutricional dos animais desnutridos. No dia 81 iniciou-se o treino de discriminação condicional. Para o treino de discriminação foram empregadas 2 caixas de Skinner modificadas. Os estímulos empregados foram tons constantes ou pulsantes, linha vertical e triângulo. Os animais foram divididos em 4 grupos, com 12 animais, sendo que 2 grupos foram submetidos à correção de tentativas. O treino de discriminação condicional teve duração de 50 sessões com 120 tentativas. Cada tentativa começava pela resposta de pressão à barra, que acionava simultaneamente o estímulo condicional sonoro juntamente com os estímulos de escolha linha vertical e triângulo, e terminava com a resposta de colocar o focinho em algum dos túneis. A correção de tentativas consistiu na repetição da disposição dos estímulos em uma tentativa, caso a tentativa anterior tivesse terminado com uma resposta errada. RESULTADOS: As ninhadas controles apresentaram ganho de peso maior do que as desnutridas [F(1, 9) = 196,31, p<0,05]. Do dia 21 ao 35 [F(1, 46) = 194,71, p<0,05], e do dia 35 ao 77 [F(1, 36) = 591,1, p<0,05], os ratos controles apresentaram ganhos de peso maiores do que os animais desnutridos. Na tarefa de aprendizagem os animais grupos submetidos à correção apresentaram média de acertos maior do que os animais dos grupos que não passaram pela correção [F(1, 44) = 1430,12, p<0,05]. A análise do intervalo entre tentativas (IET) como índice motivacional indicou que os animais desnutridos apresentaram IET médio menor quando comparados aos animais aos controles [F(1, 44) = 8,47, p<0,05]. CONCLUSÕES: O modelo de desnutrição utilizado foi eficiente em gerar perda de peso e distúrbios no desenvolvimento dos filhotes que receberam dieta hipoproteica. O procedimento de correção foi eficiente em melhorar o desempenho dos animais. As diferenças nos IET’s apontam a necessidade de análise de aspectos motivacionais dos animais desnutridos em tarefas de aprendizagem, ainda assim, o desempenho dos animais foi controlado por variáveis experimentais, como a contingência programada e os estímulos empregados. Devem ser feitas alterações no procedimento como modificação na contingência e emprego de estímulos visuais mais fáceis de serem discriminados por ratos. APOIO FINANCEIRO: CAPES.