SBNeC 2010
Resumo:J.012


Prêmio
J.012EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO MODELO DE PARKINSON EM RATOS.
Autores:Caroline Cristiano Real (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) ; Gabriela Pena Chaves (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) ; Raquel Simoni Pires (UNICID - UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO) ; Andrea Silva Torrão (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) ; Luiz Roberto Giorgetti de Britto (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)

Resumo

O exercício físico tem sido foco de diversos estudos que visam analisar os benefícios proporcionados ao sistema nervoso central (SNC) tais como efeito protetor, atenuação do declínio mental decorrente do envelhecimento, aumento da resistência a lesões e melhora na recuperação funcional pós-lesão. Porém, poucos estudos avaliam os efeitos do exercício físico sobre a doença de Parkinson (DP). Assim, o objetivo principal deste trabalho foi investigar as alterações histológicas/neuroquímicas decorrentes da prática de exercício físico forçado no modelo de Parkinson unilateral induzido por 6-hidroxidopamina (6-OHDA) em ratos. Ratos Wistar adultos foram divididos em 4 grupos, onde um dos hemisférios cerebrais foi utilizado como controle e o outro como experimental. Os grupos são sedentários (S), exercitados 30 dias antes da indução da DP (EX30A), exercitados 30 dias depois da indução da DP (EX30D) e exercitados 30 antes e 30 dias depois da indução da DP (EX60). Os animais exercitados foram submetidos ao protocolo de exercício físico moderado em esteira, 3x/semana por 40 min. Após o treino, os encéfalos foram submetidos às técnicas de imuno-histoquímica e “immunoblotting”, onde se analisaram a enzima limitante de síntese da dopamina - tirosina-hidroxilase (TH) - e o fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF) no estriado (CPu) e na substância negra (SN). Para análise estatística utilizou-se ANOVA e o teste de Tukey, quando apropriado. Adotou-se nível de significância de 5%. A expressão da TH e do BDNF sofreu alterações distintas no CPu e na SN nos diferentes grupos tanto na imuno-histoquímica quanto no “immunoblotting”. Na análise qualitativa por imuno-histoquímica notou-se uma diminuição de cerca de 50% na expressão de TH no CPu e SN dos animais S 30 dias após a injeção de 6-OHDA. Porém, nos grupos exercitados notou-se que a diminuição na marcação foi menor quando comparados ao S, sendo que os grupos EX30A e EX60 apresentaram uma marcação mais parecida com o lado controle. No “immunoblotting” a expressão de TH no S apresentou diminuição de 84% (p<0,05) no CPu e de 33% (n/s) na SN. Nos animais exercitados notamos maior expressão no CPu se comparados ao S, revelando um aumento de 238% no EX30D (p<0,05) e de 387% no EX60 (p<0,01), não havendo alteração na SN. Já a expressão do BDNF não sofreu alteração no CPu, enquanto na SN houve um acréscimo tanto no lado controle (86%, p<0,05) quanto do lado experimental (94%, p<0,01) no grupo EX60 quando comparado ao S. Os nossos dados revelam que o exercício físico pode ser capaz de diminuir os efeitos danosos da indução da DP por 6-OHDA sobre os neurônios dopaminérgicos, sugerindo assim, que a prática do exercício físico pode ter um efeito neuroprotetor na DP. Além disso, o efeito neuroprotetor pode estar associado ao acréscimo de BDNF que ocorre com o exercício físico prolongado.


Palavras-chave:  6-OHDA, doença de Parkinson, exercício físico, morte neuronal, neuroproteção