SBNeC 2010
Resumo:J.062


Poster (Painel)
J.062CARACTERIZAÇÃO DA TRANSMISSÃO DOPAMINÉRGICA CENTRAL NA LINHAGEM SHR: AVALIAÇÃO DE RECEPTORES D1.
Autores:Camila Mauricio Santos (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Mariana Bendlin Calzavara (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Wladimir Agostini Medrano (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Tânia Araújo Viel (EACH/USP - Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP) ; Hudson de Souza Buck (FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo) ; Vanessa Costhek Abílio (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Objetivos: Recentemente verificamos que a linhagem SHR apresenta diversas alterações comportamentais que são especificamente revertidas por antipsicóticos. Assim, sugerimos que essa linhagem possa ser utilizada como modelo para se estudar diferentes aspectos da esquizofrenia. Considerando que disfunções da transmissão dopaminérgica estão associadas à fisiopatologia dessa doença, temos como objetivo caracterizar diferentes parâmetros da transmissão dopaminérgica na linhagem SHR em estruturas cerebrais associadas à esquizofrenia. O objetivo específico deste trabalho foi quantificar, por análise radioautográfica, receptores D1 no córtex pré-frontal, no núcleo accumbens e na amígdala.
Métodos: Ratos machos adultos (5 meses) das linhagens Wistar EPM-1 e SHR (n=5) foram sacrificados e seus cérebros foram retirados e congelados. Os hemisférios cerebrais foram seccionados (20 μm de espessura) no sentido ântero-posterior e as secções foram dispostas em lâminas gelatinadas. Essas lâminas foram incubadas com 1nM de [3H] SCH23390 (86,0 Ci/mmol, PerkinElmer life Sciences) em tampão adequado. As ligações inespecíficas foram determinadas nas mesmas condições, adicionando-se 2 μM de SCH23390 (antagonista D1) não marcado. Essas lâminas foram expostas por 4 semanas a filmes sensíveis ao trítio, na presença de microescalas radioativas. Análises densitométricas computacionais foram realizadas para determinação da quantidade de receptores D1 nas regiões de interesse: córtex pré-frontal pré-límbico (CPF), no núcleo accumbens (NAcc) e a amígdala basolateral (BLA).
Resultados: Não foram observadas diferenças significativas na densidade de ligações específicas para o receptor D1 no CPF e na porção shell do NAcc (média ± D.P.: W = 1,08±0,22; 21,21±1,91 fmol/mg de proteína, respectivamente e SHR = 1,16±0,86; 14,25±6,99 fmol/mg). Foi observada uma diminuição significativa da densidade de ligações na porção core do NAcc de animais SHR (W = 23,79±1,27 fmol/mg; SHR = 16,66±2,64 fmol/mg). Na BLA foi observada uma diminuição não significativa na densidade de ligações (W = 8,03±1,86 fmol/mg; SHR = 4,58±0,26 fmol/mg).
Conclusão: No contexto da fisiopatologia da esquizofrenia, esperávamos obter uma diminuição de D1 no CPF. Contudo, talvez a hipofuncionalidade da transmissão dopaminérgica desta região não esteja associada a alterações no número de receptores, mas sim ao seu funcionamento ou ainda à síntese, liberação e metabolização da dopamina. A próxima etapa deste projeto consiste em estender essa caracterização.

Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq
Projeto aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa da Unifesp (CEP 0114/09)


Palavras-chave:  Esquizofrenia, SHR, Transmissão dopaminérgica