SBNeC 2010
Resumo:B.020


Poster (Painel)
B.020Efeito de raiz de Gomphrena macrocephla em cultura de células neurais submetidas à anoxia
Autores:Suzana Braga de Souza (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Tamires Cana Brasil Carneiro (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Diêgo Madureira Oliveira (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Rosan Barbosa de Matos (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Rute Maria F. Lima (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Silvia Lima Costa (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Ramon dos Santos El-bachá (UFBA - Universidade Federal da Bahia)

Resumo

Gomphrena macrocephala St.-Hil. ou Gomphrena officinalis Mart. planta rasteira do cerrado é denominada pelos índios de “paratudo” ou “panacéia”. Apresenta efeitos antioxidantes, revitalizadores, e antiinflamatórios. Sua raiz é rica em frutanos, glicosídeos, flavanóides e saponinas. Esse trabalho tem como objetivo o estudo da citotoxicidade do extrato da raiz de Gomphrena macrocephala em cultura de células neurais e submetidas à anoxia. As culturas de células tumorais foram realizadas a partir de linhagem de glioblastoma humano GL-15 e neuroblastoma de rato N2a. As culturas primárias de astrócitos foram realizadas a partir de córtex de ratos na idade pós-natal P0-P1 e as culturas de cerebelo a partir de ratos P7. Todas essas culturas foram mantidas em estufa com atmosfera úmida com 95% de ar e 5% de CO2, a 37ºC. Após confluência das células, as culturas foram tratadas com concentrações do extrato da raiz da Gomphrena macrocephala que variaram entre 20 a 10.000 mg/ml por um período de tempo de 24, 48 ou 72 horas. Os controles receberam somente o solvente do extrato. Os experimentos de anoxia foram realizados em uma estufa anaeróbica com atmosfera de 85% N, 5% H, 10% CO2, a 37ºC. A avaliação da viabilidade celular foi determinada através do estudo da atividade das desidrogenases mitocondriais das células, pelo teste do MTT e pela redução do reagente alamar blue (resazurin sodium salt). Os resultados de citotoxicidade foram expressos em percentagem de células viáveis das culturas tratadas em relação às culturas controle. Foi construída uma curva dose-resposta para determinação da concentração do extrato capaz de matar 50% das células (EC50). A construção dessas curvas foi realizada por regressão não-linear, utilizando-se o programa de análise estatística Graphpad Software Prism 5.0. RESULTADOS: Na cultura de glioblastoma humano GL-15 a droga não apresentou citoxicidade até o limite de solubilidade de 10.000 ug/ml. Na cultura de neuroblastoma de rato N2a, o extrato seco da raiz de Gomphrena macrocephala apresentou EC50 de 6158 ug/ml, de 229 ug/ml, de 180 ug/ml em 24, 48 e 72 horas tratamento, respectivamente. Nas culturas de astrócitos a analise morfológica evidenciou células mortas e diminuição do número de células, proporcional ao aumento da concentração do extrato. Nas culturas de cerebelo, o extrato de da raiz de Gomphrena macrocephala não apresentou citotoxicidade até o limite de solubilidade da droga no tratamento por 24 horas e no período de tratamento de 72 horas, a EC50 foi de 919,45 ug/mL. Nos experimentos de anoxia por períodos de tempo de 8-24 horas nenhuma das culturas testadas apresentou alteração significativa na viabilidade celular, avaliada pelo método do alamar blue, mas modificações morfológicas foram observadas. CONCLUSÃO: A privação de oxigênio, sem privação de glicose, por um período de tempo de até 24 horas não foi suficiente para causar morte celular nas culturas de glioblastoma, neuroblastoma e cultura de cerebelo. O extrato da raiz de Gomphrena macrocephala não apresentou efeito anti-tumoral para a linhagem de glioblastoma humano GL-15, no entanto, apresentou um efeito tóxico dose-dependente e tempo-dependente em cultura de neuroblastoma de rato N2a.


Palavras-chave:  citotoxicidade, anoxia, neuroblastoma, neuroproteção, bioprospecção