SBNeC 2010
Resumo:C.086


Poster (Painel)
C.086AVALIAÇÃO NEUROFTALMOLÓGICA DE JOVENS CONSUMIDORES DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
Autores:Alódia Brasil Costa (ICS/UFPA - Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do ParáNMT/UFPA - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará) ; Isabelle Christine Vieira da Silva Martins (ICS/UFPA - Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do ParáNMT/UFPA - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará) ; Anderson Raiol Rodrigues (NMT/UFPA - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará) ; Monica Gomes Lima (ICB/UFPA - Instituto de Ciências Biológicas,UFPA) ; Eliza Maria da Costa Brito Lacerda (ICB/UFPA - Instituto de Ciências Biológicas,UFPA) ; Antônio José de Oliveira Castro (ICS/UFPA - Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do ParáNMT/UFPA - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará) ; Luiz Carlos de Lima Silveira (NMT/UFPA - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do ParáICB/UFPA - Instituto de Ciências Biológicas,UFPA)

Resumo

Objetivo. Avaliar as funções visuais cromáticas e acromáticas de jovens consumidores de bebidas alcoólicas, através de métodos psicofísicos. Métodos. Foi avaliado o desempenho do sistema visual de um grupo de 13 jovens consumidores de bebidas alcoólicas (10 homens e 3 mulheres) dentro da faixa etária de 16 a 30 anos (21,5±1,9, 18-25 anos). Como triagem, os jovens foram submetidos à anamnese, ao exame oftalmológico de rotina e à avaliação pelo teste de Ishihara (para a exclusão de portadores de alterações hereditárias da visão de cores). Foi feita a colheita de dados sobre o tempo de consumo de bebidas alcoólicas, em anos, e a freqüência mensal de consumo, considerando cada mês com 4 semanas. O tempo de consumo de álcool variou entre 2 e 10 anos (3,76±2,42 anos) e a freqüência de consumo variou entre 2 e 12 vezes por mês (5,00±3,72 vezes). Para a avaliação da visão acromática foram usadas: (1) Perimetria Estática Limiar de Humphrey (PELH), protocolo Limiar 30-2, analisando a sensibilidade acromática no campo visual de 0° a 30°; (2) medida da Sensibilidade ao Contraste Espacial de Luminância (SCEL), analisando-se 11 freqüências espaciais (0,2; 0,5; 0,8; 1; 2; 4; 6; 10; 15; 20; 30 cpg). Para a avaliação da visão cromática foram utilizados: (1) teste de ordenamento de 100 matizes de Farnsworth-Munsell (FM-100), analisando-se o valor de erro; (2) teste de determinação dos limiares de discriminação de cores pelo método de Mollon-Reffin de oito direções (MR8), encontrando-se os limiares de sensibilidade cromática em 5 regiões do espaço de cores CIE1976, com os limiares sendo ajustados à equações elípticas e a variável adotada para análise sendo o diâmetro do círculo com mesma área da elipse. Os resultados dos testes dos jovens com histórico de consumo de bebidas alcoólicas foram comparados aos de sujeitos controle, cujo grupo era constituído de sujeitos saudáveis, na mesma faixa etária de 16 a 30 anos. Nos testes PELH, SCEL, FM-100 e MR8 foram testados respectivamente 10, 12, 12 e 10 jovens consumidores de bebidas alcoólicas e 12, 52, 83 e 51 sujeitos controle. Todos os testes foram realizados monocularmente, escolhendo-se o olho de melhor acuidade visual. Quando os dois olhos apresentaram a mesma acuidade, optou-se por testar o olho dominante. A análise estatística foi feita pelo teste t de Student para amostras independentes, no caso do teste de FM-100 e através da ANOVA para 2 critérios e medidas replicadas, para os demais testes, com o nível α igual a 0,05 em todas as condições. Resultados. No FM-100, os jovens consumidores de bebidas alcoólicas apresentaram valores de erro maiores que os apresentados pelo grupo controle (p<0,05), indicando menor capacidade de discriminação cromática. No MR8, os valores dos diâmetros dos círculos de igual área das elipses dos jovens consumidores de bebidas alcoólicas foram maiores que os valores do grupo controle (p<0,05), o que representa menor capacidade de discriminação de cores. Na avaliação da visão acromática, SCEL e PELH, não houve diferença estatística entre os resultados de sensibilidade acromática dos jovens consumidores de bebidas alcoólicas e o grupo controle. Conclusão. O consumo de bebidas alcoólicas pode levar a uma perda na função visual cromática nos jovens, mesmo sem diagnóstico de alcoolismo crônico, demonstrando uma manifestação preliminar e sub-clínica desta doença. A perda da visão cromática pode ocorrer sem comprometimento da visão acromática.


Palavras-chave:  Álcool, Sensibilidade ao contraste, Visão cromática, Visão acromática, Psicofísica visual