SBNeC 2010
Resumo:B.003


Prêmio
B.003Cafeína modula a comunicação dopaminérgica central e o perfil metabólico de camundongos durante a adolescência
Autores:João Victor Nicodemos Pildervasser (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Elaini Oliveira (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Rachel Moreira Morais (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Gabriela Maria de Abreu Gomes (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Mabel Fraga-marques (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Egberto Gaspar de Moura (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Yael Abreu-villaça (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Patrícia Cristina Lisboa (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Regina Célia Cussa Kubrusly (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Objetivos: O trabalho investiga os efeitos do uso crônico de cafeína (CAF) 50mg/Kg/sc, dose diária, sobre as alterações dopaminérgicas do sistema nervoso central (SNC) e dos hormônios relacionados à geração de ansiedade em camundongos no período da adolescência. Métodos: Camundongos suíços de 25 dias pós-natal (P25) receberam CAF (50mg/kg/s.c) por 20 dias antes da eutanásia com CO2 em P45. O cérebro foi removido, o córtex frontal e o hipocampo foram dissecados e separados para análise de atividade do transportador dopaminérgico com a incubação de [3H]Dopamina (DA). A atividade dos receptores dopaminérgicos foi avaliada medindo os níveis intracelulares de AMPc. O sangue de animais controle (C) e tratados com CAF foi coletado e os níveis de leptina e corticosterona foram dosados por radioimunoensaio. Os resultados foram analisados pelo teste T, e os valores foram expressos como média±EPM, considerando o nível de significância p<0,001. Resultados: A captação de [3H]DA nos animais tratados com CAF foi reduzida no córtex (C=1,05±0,071; CAF=0,64±0,069, pmol/mg/h,n= 4) e no hipocampo (C= 3,15±0,174; CAF= 1,84±0,275 pmol/mg/h, n= 4) sugerindo que a CAF é capaz de induzir a longo prazo um aumento dos níveis extracelulares de DA em diferentes áreas do SNC. Os níveis intracelulares AMPc dos animais tratados com CAF foram menores tanto no córtex quanto no hipocampo (C= 134,5±12,11 vs CAF=87,75±12,11 pmol/mg/h; C= 260,0±58,6 vs CAF= 144,0±22,31; respectivamente, n=4). O ganho de peso observado durante o tratamento com CAF foi 10% inferior comparado aos animais controle com conseqüente redução dos níveis de leptina (C= 2,43±0.33 vs CAF= 1,39±0.09, ng/ml, n=10). Também observamos redução nos níveis de corticosterona (C= 121,1±34,2 vs CAF= 63,9±8,63 ng/ml, n=10) caracterizando um efeito ansiolítico da droga sobre os animais em vigência de uso. A ingesta calórica não sofreu variações ao longo do desenvolvimento. Conclusões: Sugerimos que a cafeína esteja atuando no SNC aumentando a disponibilidade de catecolaminas nas sinapses e reduzindo os níveis endógenos de AMPc em áreas relacionadas a formação de memória e responsivas a ansiedade. Apoio: FAPERJ, CNPq, Pronex, INCT


Palavras-chave:  cafeína, camundongo, dopamina, leptina