SBNeC 2010
Resumo:C.007


Prêmio
C.007Modulação da nocicepção no paulistinha (Danio rerio Hamilton 1822) por estressores ambientais
Autores:Caio Maximino (UFPA - Universidade Federal do Pará) ; Amauri Gouveia Jr. (UFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo

Objetivos: Determinar os efeitos de exposição a substância de alarme, estresse de confinamento, e novidade do ambiente sobre a resposta nociceptiva do paulistinha a ácido acético 1%. Métodos: 117 paulistinhas adultos de sexo indeterminado foram distribuídos em 12 grupos (N = 8-10 cada), por tipo de tratamento. No primeiro experimento, os animais foram expostos por 5 min a 3.5 ml/l de substância de alarme (obtida segundo o método de Waldman [Copeia 1982; 1:1-9])(2 grupos) ou a água pura (2 grupos), retirados do aquário e injetados solução de Ringer para teleósteos (5 μl) ou ácido acético 1% (5 μl) em uma região próxima à nadadeira adiposa. Os animais foram então transferidos para um aquário de 2 l para observação por 10 min. Foi registrada a duração relativa dos comportamentos de “bottom-dwelling” (tempo que o animal passa nos 2/3 inferiores do aquário), movimento errático (nado rápido em zigue-zague), e congelamento (ausência de deslocamento acompanhada ou não de movimento das nadadeiras peitorais), e freqüência de “tail-beating” (movimento vigoroso da cauda sem deslocamento). No experimento 2, 2 grupos de animais foram confinados por 1 h por uma barreira plástica a uma área correspondente a 8% da área total do aquário de manutenção, retirados do aquário e injetados solução de Ringer para teleósteos (5 μl) ou ácido acético 1% (5 μl) em uma região próxima à nadadeira adiposa; dois grupos de animais não foram confinados. Os animais foram então transferidos para um aquário de 2 l para observação por 10 min., na qual foram registrados os mesmos parâmetros do experimento 1. No experimento 3, 2 grupos de animais foram expostos por 5 dias consecutivos ao aquário de teste, enquanto dois grupos foram testados sem exposição anterior; no momento do teste, os animais foram retirados do aquário e injetados solução de Ringer para teleósteos (5 μl) ou ácido acético 1% (5 μl) em uma região próxima à nadadeira adiposa. Os animais foram então transferidos para um aquário de 2 l para observação por 10 min. Resultados: Os animais expostos a substância de alarme apresentaram menor duração de movimento errático (F[1,33] = 16.91, p = 0.002, ANOVA de duas vias) e menor freqüência de “tail-beating” (F[1,33] = 25.87, p < 0.0001, ANOVA de duas vias) quando injetados de ácido do que os animais injetados de solução de Ringer e do que os animais não expostos a substância de alarme. O confinamento também produziu redução na duração do movimento errático (F[1,36] = 11.46, p = 0.0017, ANOVA de duas vias) e na freqüência de “tail-beating” (F[1,36] = 72.2, p < 0.0001, ANOVA de duas vias). A habituação ao ambiente diminui a freqüência de “tail-beating” (F[1,36] = 51.2, p < 0.0001, ANOVA de duas vias). Conclusões: 1) As medidas de movimento errático e “tail-beating” são as mais sensíveis à injeção de ácido acético; 2) Tratamentos que induzem medo/estresse (substância de alarme, confinamento) produzem hipoalgesia, enquanto tratamentos que induzem ansiedade (novidade do ambiente) produzem hiperalgesia.


Palavras-chave:  Nocicepção, Zebrafish, Analgesia endógena, Estresse, Ansiedade