SBNeC 2010
Resumo:J.043


Poster (Painel)
J.043AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANSIOLÍTICA DA FRAÇÃO ALCALOÍDICA DE Erythina velutina EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS AO LABIRINTO EM CRUZ ELEVADO E AO MODELO DE TRANSIÇÃO CLARO-ESCURO.
Autores:Renata Cristina Nunes Marchette (FCF UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP) ; Luciana de Ávila Santos (IQ-UNESP - Instituto de Química UNESP câmpus Araraquara) ; Maria Amélia Rodrigues Serrano (IQ-UNESP - Instituto de Química UNESP câmpus Araraquara) ; Paulo José de Campos Nogueira (FCF UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP) ; Vanderlan da Silva Bolzani (IQ-UNESP - Instituto de Química UNESP câmpus Araraquara) ; Ricardo Luiz Nunes de Souza (FCF UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP)

Resumo

A Erythrina velutina (EV) é uma planta nativa do semi-árido do Nordeste brasileiro e do vale do rio São Francisco. As cascas de seu caule são utilizadas popularmente como antitérmico, ansiolítico, emoliente, antitussígeno, para o tratamento de hemorróidas e verminoses e para acelerar a maturação de abcessos gengivais. OBJETIVO: Avaliar a atividade ansiolítica do tratamento agudo com a fração alcaloídica (FA), obtida a partir do extrato etanólico bruto das cascas do caule, de EV em camundongos submetidos ao labirinto em cruz elevado (LCE) e ao modelo de transição claro-escuro (TCE), utilizando diazepam 2mg/kg (i.p.) como controle positivo. METODOLOGIA: Camundongos Suíços machos (25-35g, n=10-13) receberam injeção da FA de EV (0;3;10 e 30mg/kg; v.o.) ou diazepam (2mg/kg; i.p.) 40 minutos antes da exposição ao aparelho. No TCE foram analisados por 5 minutos os comportamentos: número de cruzamentos claro-escuro, tempo de permanência e número de levantamentos no compartimento claro. No LCE foram analisados por 5 minutos a freqüência de entradas nos braços abertos, % de entradas e % do tempo nos braços abertos; freqüência de entradas nos braços fechados; número de levantamentos e a freqüência e a duração dos comportamentos de avaliação de risco (Espreitar e Mergulhar). RESULTADOS: TCE: a ANOVA de uma via seguida pelo teste de Duncan revelou diminuições nas transições entre os compartimentos (F4,54=3,24, p<0,05) e no tempo gasto no compartimento claro (F4,54=2,26, p<0,05) na dose de 10mg/kg, e diminuição na frequência de levantamentos no compartimento claro (F4,54=2,53, p=0,05) nas doses de 3 e 10mg/kg. As análises de covariância ANOVA/MANOVA para as seguintes comparações: % tempo x levantamentos (F4,53=1,45, p>0,05), levantamentos x % tempo (F4,53=1,70, p>0,05), % tempo x cruzamentos claro-escuro (F4,53=0,94, p>0,05) e cruzamentos claro-escuro x % tempo (F4,53=1,82, p>0,05), estas não demonstraram significância. LCE: a ANOVA unifatorial seguida pelo teste de Duncan revelou um efeito do diazepam na frequência de entradas nos braços abertos (F4,45=3,07, p<0,05), no tempo de permanência nos braços abertos (F4,45=3,72, p=0,01), na frequência (F4,45=2,84, p<0,05) e duração (F4,45=2,54, p=0,05) dos comportamentos de avaliação de risco, porém não revelou diferenças significativas na frequência de entrada nos braços fechados (F4,45=0,86, p>0,05), na porcentagem de entradas nos braços abertos (F4,45=1,14, p>0,05), no tempo de permanência nos braços fechados (F4,45=1,60, p>0,05) e na frequência de levantamentos (F4,45=0,84, p>0,05). CONCLUSÃO: A diminuição do tempo gasto no compartimento claro do TCE (10 mg/kg) poderia ser isoladamente interpretada como ansiogênica, porém este efeito desaparece quando o covariamos com o número de transições entre os compartimentos e a frequência de levantamentos, sugerindo que este efeito está relacionado a uma alteração na locomoção. Curiosamente, o diazepam não provocou efeito ansiolítico neste modelo animal. Este estudo demonstrou que o tratamento agudo com FA de Erythrina velutina não produz efeito ansiolítico no LCE. No entanto, o diazepam atenuou a ansiedade, como esperado para benzodiazepínicos, evidenciado pelo aumento de entradas e permanência nos braços abertos e a diminuição da frequência de execução dos comportamentos de avaliação de risco. Apoio Financeiro: FAPESP, PADC/FCFar-UNESP


Palavras-chave:  ansiedade, camundongos, Erythrina velutina, labirinto em cruz elevado, transição claro-escuro