SBNeC 2010
Resumo:D.005


Poster (Painel)
D.005Efeito Modulatório da Terapia por Eletroestimulação Somatossensorial (SES) no Tracto Córtico-Espinhal
Autores:Marco Antonio Cavalcanti Garcia (EEFD/UFRJ - Núcleo de Estudos do Movimento Humano (NEMoH)PEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação Biomédica (LIB)IBCCF/CCS/UFRJ - Laboratório de Neurobiologia II) ; João Marcos Yamasaki Catunda (PEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação Biomédica (LIB)) ; Edgar Norio Taka (IBCCF/CCS/UFRJ - Laboratório de Neurobiologia II) ; Maurice Borges Vincent (FM/CCS/UFRJ - Faculdade de Medicina) ; Alexandre Visintainer Pino (PEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação Biomédica (LIB)) ; Marcio Nogueira de Souza (PEB/COPPE/UFRJ - Laboratório de Instrumentação Biomédica (LIB)) ; Claudia Domingues Vargas (IBCCF/CCS/UFRJ - Laboratório de Neurobiologia II)

Resumo

Introdução: A estimulação elétrica somatossensorial (SES) tem sido utilizada como método coadjuvante no tratamento de pacientes com disfunções somatomotoras. Entretanto, não há consenso a respeito dos parâmetros utilizados na SES que maximizem os efeitos desta modalidade terapêutica na rotina clínica. Objetivo: Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de algumas frequências de SES na excitabilidade córtico-espinhal por meio da estimulação magnética transcraniana (TMS). Métodos: Quatorze sujeitos saudáveis (sete homens e sete mulheres; 19,0 – 39,0 anos; estatura: 1,54 – 1,92 m; massa corporal: 53,3 – 97,0 kg), destros (Edinburgh Handedness Inventory: +30.0 – +90.0), participaram deste estudo. Os voluntários foram submetidos à SES ajustada em 3 Hz, 30 Hz, 150 Hz e 300 Hz sobre a região ventral do antebraço direito por 5 minutos cada. A seqüência de aplicação foi aleatória. A característica do pulso foi definida como pulsada bifásica assimétrica desequilibrada com duração de 500 microssegundos. A intensidade do estímulo (3-7 mA) foi ajustada abaixo do limiar motor. Um intervalo de 10 minutos foi adotado entre cada frequência. Potenciais evocados motores (MEPs) foram obtidos dos músculos flexor e extensor radial do carpo (FCR e ECR, respectivamente), bíceps braquial (BB) e abdutor curto do polegar (APB) por meio de eletromiografia de superfície (BIOPAC system [modelo: MP150]; conversor A/D de 16 Bits; faixa dinâmica de 10 V; frequência de amostragem de 15 kHz; filtro passa-banda de 4a ordem entre 100 – 5000 Hz; ganho de 2000; eletrodos de Ag/AgCl de 8 mm). Para elicitar os MEPs foi utilizado um estimulador magnético transcraniano (modelo: MagPro; MagVenture, Dinamarca) e uma bobina do tipo oito. A intensidade do pulso de TMS foi ajustada em 120% do limiar motor. Os MEPs foram colhidos imediatamente antes (pré), depois (pós) e 5 minutos após (int) a SES em cada sessão para cada frequência de estimulação. Resultados: Os MEPs observados no ECR, músculo antagonista à região estimulada, foram significativamente maiores (p<0,05) após a aplicação da SES (pós) em 3 Hz quando comparados à condição pré. O FCR, músculo adjacente à SES e antagonista ao ECR, apresentou menores valores de MEP na condição pós quando comparada com a pré, mas sem significância estatística (p>0,05). As outras frequências não conduziram a qualquer mudança significativa dos MEPs para os músculos testados. Conclusão: Os resultados sugerem que a SES, mesmo aplicada por um curto espaço de tempo, é capaz de conduzir a uma modulação córtico-espinhal. Além disso, tal efeito na excitabilidade desta via parece ser músculo e frequência-dependente.


Palavras-chave:  Eletroestimulação Somatossensorial, Estimulação Magnética Transcraniana, Potencial Evocado Motor, TMS, Tracto Córtico-Espinhal