SBNeC 2010
Resumo:C.018


Poster (Painel)
C.018Aspectos morfológicos de células subpiais do córtex visual do rato
Autores:Manoella Vaz (UFPA - Universidade Federal do ParáUFPA - Universidade Federal do Pará) ; Manoel da Silva Filho (UFPA - Universidade Federal do ParáUFPA - Universidade Federal do Pará)

Resumo

O neocórtex é dividido em seis camadas distintas. A camada I, a mais externa, imediatamente abaixo da pia mater é importante na formação da laminação cortical durante a fase de desenvolvimento, através das células de Cajal-Retzius (CR) que auxiliam no processo de migração neuronal através da secreção da glicoproteína relina. Acreditava-se que a camada I era acelular apresentando apenas uma rica rede de terminações nervosas, oriundas de camadas inferiores, porém, sabe-se hoje que ela apresenta populações neuronais heterogêneas. Dentre elas, encontram-se as células subpiais, localizadas logo abaixo da pia mater, na borda superior da camada I. Possivelmente suas ramificações fazem conexão com neurônios piramidais das camadas mais profundas. A descrição de suas propriedades morfofuncionais ainda é escassa na literatura. Neste trabalho, empregamos para revelar os aspectos da morfologia fina a injeção intracelular de neurotraçadores, concomitantemente ao registro eletrofisiológico em fatias de cérebro, orientadas nos planos coronal ou sagital. Isso permitiu uma análise mais precisa do padrão de ramificação axonal e dendrítico. Nosso objetivo principal foi descrever a morfologia de neurônios subpiais da camada I em dois planos: sagital e coronal, através da marcação intracelular. Para isso empregamos ratos com idade entre 17 e 21 dias de vida pós-natal que foram anestesiados com cetamina/xilazina (1:1)(IP), segundo as normas do National Institute of Health. Depois, decapitados, os cérebros removidos e imersos por ≅1min. em Ringer a 4 °C. Após, a área visual foi isolada e seccionada em fatias de 250 µm de espessura nos planos, sagital ou coronal. As células foram observadas através de um microscópio (Axoskop FS 2, CARL ZEISS CO.) com óptica de Nomarski e realce de imagem com IR e encontradas logo abaixo da superfície pial. Uma micropipeta de vidro (BF 150-110-10, SUTTER INSTRUMENTS) contendo biocitina a 0,5% e Lucifer yellow a 5% foi utilizada para marcar a célula com uma tensão fixada em -70 mV/20 minutos. Após, a fatia foi fixada em paraformaldeído a 4% resfriado a 4 °C/24 horas. Antes da reação para revelar a biocitina as células foram observadas em um microscópio de fluorescência (Eclipse 600 FN, NIKON CO.) para verificar a qualidade da marcação. As fatias foram montadas em lâmina e lamínula, fotografadas e reconstruídas em câmara clara. Um total de 55 células foi investigado e apresentou corpo celular piriforme com um dendrito primário perpendicular de onde partiam ramos que se estendiam paralelos a superfície pial. A média do comprimento dendrítico foi de 398,04 µm, média do comprimento dendrítico mínimo 10,28 µm, média do comprimento dendrítico máximo 75,24 µm, potencial de membrana de -54 mV, resistência de entrada de 551,31 MΩ. A análise de Sholl mostrou que o raio de máxima ramificação encontra-se a 6,89 µm do corpo celular. Até o momento os resultados encontrados nos dois planos mostraram que as células são interneurônios com características morfológicas bem definidas, diante da diversidade de formas das células da camada I. Além disso, pela posição que ocupam, podem estabelecer contatos com os ramos apicais das piramidais das camadas abaixo.


Palavras-chave:  Camada I, Interneurônio, Córtex Visual