SBNeC 2010
Resumo:J.174


Poster (Painel)
J.174Efeito Ansiolítico da Ativação de Receptores Serotonérgicos 2A/2C do Hipotálamo Ventromedial na Resposta de Esquiva do Labirinto em T Elevado.
Autores:Elaine Soares da Silva (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Juliana Olivetti Guimarães Nascimento (UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Selma Conceição Poltronieri (UNIFEV - Centro Universitário de Votuporanga) ; Milena de Barros Viana (UNIFESP - Universidade Federal de São PauloUNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: O hipotálamo medial é uma região de fundamental importância para a adaptação do organismo a situações de estresse. Integram a região, o núcleo dorsomedial (HDM), a porção dorsomedial do hipotálamo ventromedial (dHVM), o núcleo anterior do hipotálamo e o núcleo premamilar dorsal. Tem sido demonstrado que a administração de antagonistas GABAérgicos e de agonistas glutamatérgicos intra-hipotálamo medial induz comportamento de fuga, à semelhança da estimulação elétrica do núcleo. Entretanto, até o momento, poucos estudos avaliaram a participação da neurotransmissão serotonérgica desta região sobre a modulação da ansiedade. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de drogas serotonérgicas administradas intra-dHVM sobre as respostas comportamentais emitidas por ratos submetidos ao modelo do labirinto em T elevado (LTE). No LTE, são avaliados dois tipos de respostas comportamentais de defesa: a esquiva inibitória e a fuga de um dos braços abertos do modelo, relacionadas, respectivamente, ao transtorno da ansiedade generalizada (TAG) e ao transtorno do pânico (TP). MÉTODO: Ratos Wistar machos (300 g) foram administrados intra-septo lateral com o agonista de receptores 1A 8-OH-DPAT (1,6 e 3,2 nmoles/0,2 μl), com o agonista de receptores 5-HT 2A/2C DOI (8 e 16 nmoles/0,2 μl), com o agonista de receptores 5-HT 2C MK-212 (0,5 nmoles/0,2 μl), ou com o antagonista de receptores 5-HT 2A/2C quetanserina (10 e 20 nmoles/0,2 μl). Os grupos controles foram administrados com salina (0,2 μl) ou salina (0,2 μl) com TWEEN 80 2%. Um quarto grupo experimental investigou os efeitos do antagonismo do DOI (8 nmoles) com a quetanserina (10 nmoles). Neste último grupo, os animais recebiam a intervalos de 10 min, a injeção de salina/veículo, quetanserina/veículo, DOI/salina, ou DOI/quetanserina. Dez minutos após as injeções, os animais eram submetidos ao LTE. A esquiva inibitória foi medida cronometrando-se o tempo de saída do braço fechado do LTE, por 3 vezes, com intervalos de 30 s (Linha de base, Esquiva 1 e 2). A fuga era obtida cronometrando-se o tempo de saída de um dos braços abertos também por 3 vezes consecutivas (Fuga 1, 2 e 3). Após o LTE, os animais eram colocados em um campo aberto para medida da atividade motora (5 min). RESULTADOS: Os resultados demonstraram que tanto o agonista 2A/2C DOI quanto o agonista 2C MK-212 apresentaram efeito ansiolítico na tarefa de esquiva inibitória do LTE (média ± EPM - esquiva 2: controle: 219,67 ± 38,68; DOI 8 nmoles: 54,6 ± 12,81; controle: 195,25 ± 51,2; MK 0,5 nmoles: 63,63 ± 30,55), sem alterar a fuga de uma via. Por outro lado, tanto o agonista 5-HT1A 8-OH-DPAT quanto o antagonista 5-HT 2A/2C quetanserina foram desprovidos de efeito nas duas tarefas do modelo. Os resultados da administração simultânea de DOI/quetanserina indicaram novamente efeito ansiolítico do DOI na esquiva (média ± EPM - esquiva 2: controle: 144,57 ± 46,19; DOI 8 nmoles: 9,83 ± 0,83) e que a quetanserina antagoniza de maneira eficiente os efeitos do DOI. Também não foram observadas alterações significativas na atividade motora dos animais em nenhum dos quatro grupos experimentais. CONCLUSÕES: Estes resultados sugerem a participação de receptores 2A/2C do dHVM na resposta de esquiva inibitória do LTE, apontando para sua importância na fisiopatologia do TAG.


Palavras-chave:  Ansiedade, Esquiva Inibitória, Serotonina, Receptores 2A/2C, hipotálamo Ventromedial