SBNeC 2010
Resumo:F.085


Poster (Painel)
F.085DISTRIBUIÇÃO DA ATENÇÃO AUTOMÁTICA EM UM HEMICAMPO VISUAL
Autores:Thaís Santos Contenças (USP - Universidade de São PauloFAIT - Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva) ; Luiz Eduardo Ribeiro do Valle (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Objetivos: Vários modelos têm sido propostos para representar a forma como a atenção s e distribui no espaço. No modelo de focos múltiplos considera-se a existência de focos independentes possibilitando a divisão da atenção. Alguns autores apresentaram resultados compatíveis com uma divisão espacial da atenção visual voluntária. Outros autores não conseguiram evidenciar tal divisão. Em experimentos anteriores do nosso laboratório obtivemos evidências bastante sugestivas de que há uma divisão espacial da atenção visual automática em um hemicampo visual. Neste experimento tentamos replicar nossos resultados anteriores utilizando posições alinhadas de apresentação dos estímulos ao invés de posições não alinhadas. Métodos e Resultados: Foram testados 13 voluntários que realizaram uma sessão de treino e uma sessão de prova, constituídas de 320 tentativas. Cada tentativa iniciava-se com o aparecimento de um ponto de fixação (PF) central na tela e de três anéis de cada lado deste, um superior e um inferior, a uma excentricidade de 9 graus, e um intermediário a uma excentricidade de 8,5 graus. Entre 1750 e 2250 ms depois aparecia um estímulo precedente (E1), representado por um escurecimento do anel superior e inferior (duplo) ou do anel superior, intermediário e inferior (triplo), simultaneamente. Cem ms depois aparecia um estímulo alvo (E2), representado por uma linha vertical ou um anel pequeno, ou no anel superior, ou no intermediário, ou no inferior, à direita ou à esquerda. O E2 podia aparecer na posição mesma ou oposta ao E1. Os voluntários foram instruídos a manter o olhar no PF e responder com o dedo indicador esquerdo à linha vertical, e com o dedo indicador direito ao anel. O tempo de reação na condição mesma foi menor do que na condição oposta (média±epm: 464±9 e 492±9 ms; p<0,001). Este efeito da atenção foi igual para a condição E1 duplo e E1 triplo (média±epm: 30±5 e 26±4 ms, respectivamente; p=0,490). A interação entre o tipo do E1 e a posição do E2 foi significante (p=0,018), indicando que os efeitos atencionais diferiram entre as condições do E2 superior, intermediário e inferior, quando o E1 era duplo (28±5, 20±7 e 40±7 ms, respectivamente) e quando o E1 era triplo (27±7, 31±5 e 20±6 ms, respectivamente). Conclusões: Os presentes resultados, em conjunto com resultados de outros cinco experimentos que realizamos, sugerem fortemente que o foco da atenção automática não se divide. Os achados iniciais do nosso laboratório provavelmente deveram-se a outro fator.


Palavras-chave:  atenção automática, atenção dividida, tempo de reação