Resumo

Objetivos: avaliar o comportamento maternal de ratas submetidas a tratamentos farmacológicos crônicos com agonistas específicos ou não para os receptores opióides. Métodos: Foram utilizadas ratas virgens com aproximadamente 90 dias de idade e 200 gramas de peso corporal, as quais foram divididas em grupos iguais com 10 animais cada, sendo que os animais do grupo branco não receberam nenhum tipo de tratamento farmacológico. As ratas foram previamente acasaladas com ratos sexualmente experientes, sendo a constatação de espermatozóides no lavado vaginal o indicativo de prenhez, e os animais receberam do 17º ao 21º dias de gestação sulfato de morfina (3,5 mg/kg) ou DAMGO, DPLPE e U69593 (0,15 mg/kg). O parto foi considerado como dia zero de lactação e ao 5° dia de gestação, os animais receberam dose desafio de morfina (3,0 mg/kg) ou DAMGO, DPLPE e U69593 (0,10 mg/kg) uma hora antes das avaliações comportamentais. Os parâmetros avaliados para o comportamento maternal foram, em segundos: recuperação dos 8 filhotes, agrupamento, crouching e comportamento maternal total, além de classificação inicial do ninho e auto-limpeza/limpeza dos filhotes. Resultados: As análises estatísticas demonstraram que o tratamento crônico com sulfato de morfina e desafio ao 5º dia de lactação foi capaz de inibir completamente o CM dessas mães (K(9/50)=1.517,0 p<0,01), enquanto U69593 (K(9/50)=1.019,10, p<0,01), prejudicou principalmente o início dos parâmetros de recuperação dos filhotes. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes com os demais tratamentos, porém tendência ao prejuízo foi detectada quando da interação com morfina. Conclusões: O tratamento prolongado com sulfato de morfina (3,5 mg/kg) bloqueou totalmente o CM de ratas lactantes enquanto que os tratamentos com DAMGO e DPLPE não alteraram os parâmetros do CM, ocorrendo prejuízos somente quando da associação com morfina. U69593 em associação com morfina promoveu alteração na indução e nos parâmetros finais do CM.