SBNeC 2010
Resumo:F.095


Poster (Painel)
F.095EFEITO DA CLORFENIRAMINA INTRA-AMÍGDALA NA ANSIEDADE E APRENDIZAGEM EMOCIONAL DE CAMUNDONGOS.
Autores:Fernanda Daher Pitta (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Kelly Regina Serafim (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Azair Liane Matos do Canto de Souza (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Rosana Mattioli (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)

Resumo

Objetivo: Esse trabalho teve como objetivo investigar o efeito do antagonista histaminérgico clorfeniramina (CPA) sobre a ansiedade e aprendizagem emocional em camundongos submetidos ao labirinto em cruz elevado (LCE). Métodos: Foram utilizados 38 machos da espécie Mus musculus, linhagem Suíço albino, com idade entre 5 e 7 semanas. Os animais sofreram procedimento cirúrgico para implantação bilateral de cânulas-guia; passados três dias de recuperação, foi administrada injeção i.p. de salina (SAL) ou do precursor histaminérgico L-histidina (LH) na dose de 500mg/kg e, após 2 horas, receberam infusão central de SAL ou CPA - dose de 0.06μg em volume de 0.1μL - ambas pré-teste. Realizados em dois dias consecutivos, os testes consistiram na exposição dos camundongos ao LCE (T1) durante 5 minutos e, 24 horas depois, na sua reexposição (T2), sendo registrados os parâmetros convencionais: número de entradas e tempo total nos braços abertos e fechados (EBA, EBF, TBA e TBF); tempo total na plataforma central (TC); porcentagem de entradas e tempo nos braços abertos (%EBA, %TBA); total de entradas nos braços (TE); e os índices etológicos esticar e mergulhar protegido e desprotegido, levantar e imobilidade. EBA, TBA e suas porcentagens em T1 foram considerados índices para ansiedade; EBA e TBA em T1 e T2 foram medidas consideradas para inferir memória; EBF foi o índice relativo à atividade locomotora. Ao final, de acordo com o tratamento farmacológico utilizado, quatro grupos experimentais foram formados: controle (n=7); LHs-LHs (n=11); SAL-SAL (n=11) e LH-LH (n=9). A análise histológica confirmou a infusão na amígdala. As análises estatísticas dos dados incluíram o teste de Levene para verificar homogeneidade de variância. Os dados não homogêneos foram avaliados através dos testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis para grupos independentes e Wilcoxon para análise das diferenças entre dias de teste. O nível de significância adotado foi p<0,05. Resultados: O teste de múltiplas comparações Newman-Keuls mostrou uma diminuição na %EBA durante T1 para o grupo LH-LH (p<0,05). Já o teste de Wilcoxon para grupos correlacionados evidenciou em T2 que os grupos controle (p=0,018) e SAL-SAL (p=0,0425) apresentaram diminuição significativa das EBA. O mesmo teste indicou uma redução significativa de TBA para o grupo controle (p=0,018), resultado não demonstrado nos grupos tratados. TC apresentou diminuição significativa durante a reexposição dos animais LHs-LHs (Wilcoxon; p=0,0033) e LH-LH (Wilcoxon; p=0,0077). Não houve alteração significativa na atividade locomotora em nenhum dos grupos. A análise dos comportamentos etológicos mostrou que a freqüência de mergulhos protegidos tende a aumentar nos animais LH-LH (MP=3,00±1,04) em relação ao controle (MP=1,43±0,81) durante a exposição. Conclusões: Esses resultados sugerem um fraco efeito ansiogênico devido ao aumento dos níveis endógenos de histamina e bloqueio dos receptores H1 na amígdala dos camundongos expostos ao LCE. Quanto aos processos relacionados à aprendizagem emocional, a CPA na dose de 0,06μg em infusão central não reverteu o déficit na evocação da memória provocado pela injeção pré-teste de LH. Apoio financeiro: FAPESP.


Palavras-chave:  Amígdala, Ansiedade, Aprendizagem, Clorfeniramina, L-histidina